No lado nordeste da cidade, há uma casa.
A casa já foi mágica, cheia de amor, alegria e planos para o futuro.
Dentro de suas paredes há muitas coisas que me pertencem - meus livros, a porcelana que ganhei da minha mãe no dia do meu casamento, a bela gaiola que já foi lar de dois pássaros e que agora está vazia, assim como eu.
E um homem.
Um homem que também me pertence.
Um homem que já não desejo mais manter.
Um homem que, sem dúvida, não dormiu, embora o sol já esteja nascendo. Porque a casa onde ele espera é onde dormi todas as noites à oito anos. Até ontem à noite.
Ninguém que me conhece acreditaria que Charlie Pierce, a garota quieta e leitora assídua que nunca dava o que falar estava saindo da garagem de um homem que não é o seu marido.
Mas eles não me conhecem.
Nem mesmo eu me conheço.
Não mais.
Dizem que há dois lados em cada história e, na maioria dos casos, suponho que isso seja verdade. Mas essa que eu vivo? Tem três.
No lado nordeste da cidade, há uma casa.
Mas não há mais um lar.
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